segunda-feira, 22 de junho de 2009

Bola cantada

Nós comentamos na coluna BiVolt! do dia 18/06 sobre a eminência de haver este ano no Brasil ataques de homofóbicos, durante as Paradas do Orgulho Gay pelo Brasil. O caso da de São Paulo foi emblemático e eu afirmei que este exemplo vai se disseminar pelo resto do país. Pois então, enquanto os paulistas se organizavam em gangues para bater em homossexuais que estava de satélite na Parada de São Paulo; em Brasília o padre Gisley Azevedo Gomes, 31 anos, que pertencia à Congregação dos Sagrados Estigmas (Estigmatinos) e era assessor para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi encontrado com três tiros: um no rosto e dois na cabeça. Um caso clássico de assassinato homofóbico. Segundo as informações colhidas, o padre foi emboscado por um michê chamado Wellington Lacerda de Araújo e, dentre os assassinos, um menor de idade. O teólogo e historiador, Márcio Retamero, 35 anos e que é mestre em História Moderna pela UFF de Niterói/RJ, fez o seguinte comentário no site de A Capa (www.acapa.com.br): “Padre Gisley e Marcelo Campos (o cozinheiro que morreu após sofrer agressões físicas numa rua paralela à Parada), jovens homossexuais, foram vítimas da homofobia. Seus nomes são, infelizmente, acrescentados ao rol de mártires gays brasileiros também vítimas de crimes de ódio, cada vez mais cotidianos em nosso país (...) Diante de fatos não há argumentos! Os que dizem que homofobia é delírio da militância LGBT do Brasil, como fez o teólogo presbiteriano Solano Portela em recente artigo, como fazem os parlamentares da bancada evangélica do Congresso Nacional, agora não terão mais como "tapar o sol com a peneira"” (...); “os parlamentares brasileiros deveriam se perguntar se é legítimo deixar nas mãos da bancada evangélica o destino de milhares de LGBTs do nosso país. A bancada evangélica não é maioria no Congresso Nacional, isso significa que vocês, senhores e senhoras parlamentares, podem e devem deixar os parlamentares evangélicos que contribuem com a homofobia falando sozinhos e aprovarem logo, urgentemente, o PLC 122/2006, porque enquanto vocês deixarem a bancada evangélica - que é contra o PLC 122 e que se omite diante de tais assassinatos cada vez mais abundantes - impedirem a aprovação, vocês estão sendo coniventes nisso tudo com eles e tenho certeza que esta não é e não será só a minha opinião, mas a de milhares de homossexuais, familiares e amigos de homossexuais e toda a população mais esclarecida deste país”. Ta dominado Mas, esse preconceito; ou melhor, o conceito de homofobia, se aprende nas escolas brasileiras. De acordo com o jornal Estado de São Paulo, segundo pesquisa inédita, realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, órgãos do Ministério da Educação (MEC), a escola é recheada de preconceitos, entre estudantes, pais, professores, diretores e funcionários.O estudo foi realizado em 501 escolas com 18.599 estudantes e concluiu o seguinte: 99,3% dos entrevistados têm algum tipo de preconceito (de qualquer espécie); 80% gostariam de manter algum nível de distanciamento social de portadores de necessidades especiais, homossexuais, pobres e negros (96,5% disseram ter preconceito em relação a pessoas com deficiência e 94,2% na questão racial).

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