domingo, 17 de fevereiro de 2008

Relatório UNGASS 2005-2007

Relatório UNGASS/Brasil 2005-2007 apresenta as duas faces da AIDS no País. Uma face, diz que o enfrentamento da AIDS continua a ser uma prioridade do Governo Federal, refletido no aumento do comprometimento de recursos. A outra face, mais cruel, diz que os brasileiros procuram cada vez mais tarde para dá início do tratamento.

De acordo com o relatório UNGASS (Assembléia Geral das Nações Unidas em HIV/Aids), entre os anos de 2003 e 2006, 43,7% das pessoas de 15 anos ou mais que vivem com HIV (50.393) chegaram aos serviços de saúde com deficiência imunológica ou quadro clínico de sintomas da aids. Desse total, 28,70% (14.462 pessoas) apresentaram quadro clínico mais grave e evoluíram para óbito no início do tratamento. O universo analisado foi de 115.441 pacientes. Estudo de 2006 também mostrou que 94,8% (184.252) das pessoas que necessitavam de tratamento anti-retroviral (194.336) fizeram uso da terapia nesse ano.

De acordo com os dados, “O início tardio pode ser provocado por fatores como dificuldade de acesso ao diagnóstico e de atendimento nos serviços e pela falta de percepção da população que não se vê em risco e não busca o teste anti-HIV espontaneamente”, afirmou Mariângela Simão, diretora do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde.

A fim de reverter essa situação, o Ministério da Saúde ampliou o acesso aos testes rápidos em aproximadamente 140% (de 510 mil exames em 2005 para mais de 1 milhão em 2007). Em 2005, inicialmente foram priorizadas gestantes, populações de difícil acesso e de maior vulnerabilidade. Em 2007, a realização desse tipo de exame foi ampliada para os serviços de saúde. Também está previsto para este ano o desenvolvimento de estratégias de comunicação para esclarecimento à população sobre a importância do diagnóstico precoce e estímulo ao teste.

De acordo com o relatório UNGASS, o orçamento para o Programa Nacional de DST e Aids (R$ 1,3 bilhão) representou quase 3% do orçamento total do Ministério da Saúde (R$ 46 bilhões) no ano de 2007. Além disso, nos últimos anos houve um aumento do comprometimento de recursos próprios das secretarias de saúde. Segundo a informação, parte dos estados têm destinado recursos acima dos valores pactuados para a Política de Incentivo. Muitos deles ampliaram significativamente esses recursos para 2008, como é o caso do Maranhão (R$ 2 milhões), Bahia (R$ 900 mil), São Paulo (R$ 5,4 milhões) e Santa Catarina (R$ 2,3 milhões).

O relatório na íntegra pode ser lido no site é www.aids.gov.br/monitoraids.

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