sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Fora da cômoda - versão completa

Na coluna BiVolt!, desta semana, eu publiquei o texto abaixo. O assassinato do jovem Fábio Acioli está sendo bastante emblemático no contexto dos crimes de Homofobia em Alagoas. Além de revelar, mais uma vez, a face cruel do ódio latente que ainda está presente na nossa sociedade contra os homossexuais, ele está contribuindo para reforçar uma teoria antiga, a que diz que ninguém consegue esconder o tempo todo, de todo mundo, que é gay. Explico: muitos jovens e/ou senhores, constrangidos por pressões culturais, preferem manter-se, digamos, no anonimato. Na gíria popular, “ficar no armário”. Não se assumem homossexuais, embora isso seja evidente. Angustiados e inseguros, acreditam que escondidos, estão longe dos olhares e da “língua do povo”. Alguns constituem famílias. Depois, muitos deles passam a manter uma vida paralela, freqüentam pontos de “pegação” e/ou vivem casos amorosos super ultra secretos. Fábio estava envolvido com alguém assim; é o que tudo indica. E bastou ventilar a suspeita do mandante do crime ser um proeminente cidadão local e enrustido, para três nomes passaram a ser pronunciados na rodas de conversas como principais suspeitos. Afinal, todos os indicados têm no currículo pequenos vexames, que os gabaritam para tal. Infelizmente, para eles, se a sociedade não perdoa os gays, ela consegue ser mais cruel com quem vive se escondendo. Não é a intensão apontar esse ou aquele "cidadão" como culpado da morte do Fábio. Digo mais. Em minha opinião, essa lenda urbana que foi criada em torno do fato pode ser uma cortina de fumaça para encobrir o verdadeiro motivo desse crime hediondo. Afinal, quando as investigações apontam para "crime passional" o motivo; e uma vez essa "passionalidade" for homoafetiva, a tendência é de arrefecer os ânimos dos investigadores. Todos estão sofrendo com essa história interminável. As investigações precisam dá uma resposta à opinião publica, que precisa para dá um basta em tantas especulações. Fábio merece isso.

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