segunda-feira, 13 de julho de 2009

Líderes jovens vivendo com HIV

Uma parceria do Departamento de DST/Aids, com a Pact Brasil e agências das Nações Unidas está selecionando jovens (27 moças e rapazes entre 16 e 24 anos) com HIV de todo o Brasil para participarem de uma iniciativa inédita no país: a formação de líderes no tema HIV/Aids. O anúncio foi feito durante o 4º Encontro Nacional de Jovens Vivendo com HIV/Aids, em Coritiba. Durante onze meses, eles receberão uma bolsa de iniciação profissional no valor de R$ 472 e atuarão nas coordenações estaduais, nos serviços de saúde e nas instâncias de controle social da política de enfrentamento da epidemia, como Conselhos de Saúde e organizações não governamentais. Segundo o site do Ministério da Saúde, a formação de jovens com HIV é uma conquista importante da resposta brasileira à epidemia de HIV e Aids no combate ao preconceito e estigma que cercam a doença. Dados parciais de pesquisa em andamento do Ministério da Saúde mostram que essa exclusão persiste, principalmente, no mercado de trabalho. Entre 1.246 mil pacientes de Aids de todo o país: * 58% dos homens que tiveram diagnóstico de Aids não trabalham enquanto a proporção masculina de desempregados na população em geral é de 33% * R$ 785 é a renda média entre os pacientes de Aids enquanto a renda média da população brasileira é de R$ 936 (PNAD, 2005) – apesar do grau de escolaridade de quem tem Aids ser mais alto * 20,6% dizem ter perdido o emprego em decorrência da descoberta da infecção pelo HIV. Os escolhidos vão exercer quatro horas de atividades diárias, onde vão trabalhar em três eixos temáticos: gestão de programas e estratégias governamentais; serviços públicos e sociedade civil. No primeiro módulo, eles vão aprender como funciona a logística de insumos e medicamentos e a elaboração do Plano de Ações e Metas (PAM) dos estados, além de acompanhar atividades do Programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE). Na segunda parte, os jovens vão observar a rotina de serviços, como os Centros de Testagem e Aconselhamento, dos Serviços de Assistência Especializada e hospitais-dias. Na última etapa, eles vão conhecer como organizações civis realizam as ações de prevenção, educativas e de apoio a pessoas vivendo com Aids, além de acompanhar o funcionamento das instituições como espaços e fóruns de mobilização comunitária, conselhos e controle social. Em cidades onde houver escritórios de agências da ONU, os jovens também atuarão. Ainda de acordo com o site do ministério, a expectativa é que ao final do “estágio” os jovens estejam preparados para debater e opinar sobre ações de enfrentamento à epidemia. Espera-se também que eles adquiram maior conhecimento sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e das políticas públicas em HIV/Aids para que possam contribuir para a melhoria dos cenários nacional e local da Saúde. “A formação possibilita ainda que no futuro eles possam ocupar espaços de controle social, em especial no SUS, e também de gestão governamental”, explicou a nota. Os critérios para participar da seleção estão no edital, disponível na internet nas páginas www.pactbrasil.org.br e www.aids.gov.br. As propostas e documentos solicitados devem ser encaminhados pelos jovens à Pact Brasil até o dia 10 de agosto. A expectativa que na primeira quinzena de setembro saia o resultado da seleção. A primeira atividade presencial é reunir os jovens para cinco dias de capacitação em Brasília ainda este ano.

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