sexta-feira, 10 de julho de 2009

"Segurança Sem Homofobia" é debatida na Academia de Polícia

Delegada defende qualificação profissional e criação de delegacia para atendimento à comunidade LGBTT. A declaração da delegada Larissa Santiago foi feita durante palestra proferida nesta segunda-feira (6), no auditório da Academia de Polícia Civil (Apocal), no antigo Campus Tamandaré, no bairro do Pontal da Barra. A palestra “Segurança Sem Homofobia” teve a participação de policiais civis, profissionais de segurança de outras instituições e estudantes de faculdades de Maceió. “Esse é um tema novo que precisa ser levantado também na Polícia Civil alagoana”, declarou na abertura da palestra a diretora da academia Simone Marques.A delegada Larissa Santiago, que é também corregedora de Polícia Civil e tutora de cursos de ensino à distância da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), fez uma ampla explanação sobre o papel do profissional de segurança em relação à homofobia. Segundo ela, atualmente, alguns grupos em condições de vulnerabilidade vêm recebendo especial atenção e lutando para ter os seus direitos garantidos, em virtude dos preconceitos e discriminações sofridas, em virtude da raça, idade, sexo e opção sexual. “Em relação a este último grupo, a própria legislação vigente no país lhe nega alguns direitos. É o caso, por exemplo, da proibição de casamento entre pessoas do mesmo sexo”, afirmou Santiago. Mas, para a delegada, direitos já garantidos, na prática não são respeitados. “O grupo LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) ainda sofrem muito com o preconceito, inclusive nas delegacias de polícia, e esse quadro precisa ser revertido, o que somente poderá acontecer quando o policial tiver pleno conhecimento dos anseios e das necessidades das pessoas que compõem esses grupos”, salientou a delegada. Larissa Santiago defendeu ainda a criação de uma delegacia especializada para atendimento a esses grupos, projeto, já encampado e encaminhado pelo delegado-geral da PC, Marcílio Barenco, à Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da República. A delegada lembrou que, recentemente, a Diretoria de Estatística e Informática (Deinfo), da Polícia Civil, divulgou uma pesquisa sobre os crimes de homofobia em Alagoas. Entre os anos de 1993 e 2009, teria havido o registro de 81 casos de crimes relacionados à homofobia. “Esse número pode ser ainda maior, tendo em vista falhas em alguns procedimentos onde a questão da opção sexual acaba não aparecendo nos formulários”, disse. Com a criação da delegacia, afirma a delegada, não apenas os homossexuais, mas os demais grupos vulneráveis poderiam obter uma melhoria no atendimento e ver seus direitos respeitados como cidadãos. Jaime Feitosa Jornalista e editor de Cidade do jornal Tribuna Independente

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