Rosa Mossoró, a mãezona dos gay

Para ela, existem três tipos de gays: a feia, a bonita e a rica. Com larga experiência no tema, Rosa Mossoró sente-se a vontade em distinguir as diversas versões dos homossexuais que freqüentam seu bar. Há 36 anos, ela vive da noite e comanda como uma mãezona a diversão dos gays da cidade. Tachada de "madrinha", Rosa Mossoró é amada por uns e odiada por outros. Mas, todos concordam: como ela não tem pareia. Nessa entrevista ao BiVolt!, Rosa solta o verbo e manda ver.

Qual a noite gay ideal?

Rosa – Toda noite é ideal para mim, afinal, se não existisse o gay, não existiria a Rosa Mossoró.

Você, desde os 14 anos, vive a ferveção do mundo gay. Como você classifica hoje a noite gay de Maceió?

Rosa – Tenho 36 anos de noite. Hoje, as noites estão cheia de bichas bicudas. Não é mais como antes. Falta o sentido de cumplicidade e de amizade entre as bichas. Hoje, elas são mais preconceituosas. Depois de todos esses anos, eu me sinto um dedo, em que vão-se os anéis.

Como é essa história dos três tipos e bichas (a feia, a bonita e a rica)?

Rosa – A feia é aquela que nunca tem dinheiro para beber nada. Passa a noite toda com uma água mineral; a bonita é a que vem para a noite disposta a gastar, e a rica adora esbanjar, mas se veste em Toritama e usa Romannel. Qual a minha preferida? Amos todas as três tipas. São maravilhosas. Sinto-me uma mãezona deles. No fundo, são todas umas crianças, que pensam que vivem...

Como mãezona qual o principal problema dos gays que você identifica? Onde eles poderiam melhorar?

Rosa – O casamento. Gay devia casar com gay. Bofe não é para gay. Bofe só quer o dinheiro, enquanto elas viajam, jurando que é amor. Começam como Gata Borralheira e, no final, viram Boa Noite Cinderela.

Depois de percorrer vários pontos da cidade, abrindo e fechando bares e boates, Rosa Mossoró se fixou num espaço maneiro, na Avenida Comendador Leão, ao lado do Havana Dance, com direito a reservado e tudo. É onde o pessoal costuma ir para, segundo Agélio Novaes, "tomar uma fresca” na porta, antes de partir para os finalmentes.