O site MixBrasil tem publicado esta semana na editoria Saúde uma matéria bastante polêmica, de manchete “Sem Cela”. Assinada pelo jornalista Marcelo Hailer, o texto aborda o tema bareback (em tradução livre sem cela) e identifica que cresce no Brasil através de chats e sites de encontros um comportamento não recomendável entre os gays jovens, a prática do sexo sem camisinha intencionalmente, como fetiche, assumindo os riscos de contrair o HIV ou outro vírus qualquer. Alguns especialistas acreditam que, comportando-se desse jeito, esses jovens negam os paradigmas da geração anterior, enquanto flertam com o perigo e desafiam o estabelecido. Afinal, estamos lidando com o livre arbítrio que as pessoas têm de fazer o que quiserem, com as informações que têm. A matéria não só não está muito distante da realidade, como é um retrato fiel do que acontece lá fora. Para se ter uma idéia, quase no final ano de 2007, o relatório anual do Programa das Nações Unidas para HIV e Aids (Unaids) já havia constatado que, no Brasil, embora entre os gays o registro de contágio tenha se estabelecido, o principal fator de transmissão nas relações homossexuais continua sendo a “sexualidade não protegida entre os homens”. O relatório diz que essa prática é responsável por cerca da metade das infecções do HIV transmitido sexualmente. Agindo dessa maneira, os jovens estão colocando no lixo, mais de uma década de trabalho de conscientização e prevenção contra as DST e Aids realizado pelas ONGs, mas, ao mesmo tempo, estão nos enviando uma mensagem, a de que não estão esperando muito deste Mundo que estamos deixando de herança para eles.
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