quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Travestis e transsexuais discutem compartilhar o uso de banheiro e de provador feminino

Com o objetivo de criar visibilidade para o segmento e, consequentemente, aproximar a sociedade desse grupo social ainda tão discriminado, organizações não governamentais alagoanas comemoram, ontem (29), o Dia Nacional da Visibilidade Trans, com reuniões em que foi discutido a identidade do gênero e a aplicação da Lei Municipal nº 4.667/97. A Lei, além de garantir o direito de ir e vir, pune prática descriminatória contra gay, lésbicas, travestis e transexuais nos estabelecimentos comerciais da capital e nas instituições públicas.

Segundo explicou Dino Alves, representante da ONG Pró Vida, a proposta de debater a Lei é para garantir o uso dos banheiros e de provadores femininos pelos travestis. "O que não dá é um corpo afeminado viver o constragimento de entrar num banheiro ou num provador masculino. Os comerciantes precisam compreender isto", comentou Alves..

Ele explicou que esse é um problema que os travestis e transsexuais enfrentam desde a infância. "Muitas vezes, o garoto deixa de frequentar a escola, por prática discriminatórias entre os colegas. Sem educação, ele não pode mais tarde ter um trabalho digno e acaba na prostituição. Isso gera um problema de cadeia social", destacou.

Para equacionar a situação, as entidades de defesa dos direitos dos travestis vão adotar como estratégia encaminhamento aos estabelecimentos comerciais de Maceió de documento, que explique a Lei e a necessidade de seu cumprimento, "junto com um manual de tratamento as travestis pelos profissionais das áreas da saúde e da educação, que foi elaborado pelo movimento Ser Travesti", acreacentou Alves.

"Ao mesmo tempo, nós nos calocaremos a disposição desses estabelecimentos para desenvolver um trabalho de sensibilidade com os empregados, para tornar efetiva o que está prescrito na lei", completou o militante.

A Lei existe no papel há 11 anos, mas, segundo os representates das ONGs, faltou um trabalho mais educativo por parte dos gestores públicos, que explicasse sua aplicabilidade.

GGAL celebra a trans

O Grupo Gay de Alagoas, através do Núcleo de Travestis e Transexuais (TRANSAL), comemorou também o Dia Nacional de Visibilidade Trans, exibindo o filme Transamérica.

Segundo Renata Bittencourt, coordenadora do Núcleo do GGAL, "neste dia, celebramos o orgulho de ser travesti e transexual", enfatizou. "Queremos tirar do anonimato noturno, várias pessoas que lutam e sofrem pelo fato que serem travestis. Esse é o dia de mostrar a nossa cara", destacou.

A história do filme se passa num Estados Unidos da América decadente, cujo roteiro discute a problemática da identidade de gênero. No filme, uma transexual descobre ser pai de um adolescente pouco tempo antes de sua operação para mudança definitiva de sexo. A partir daí, ela vive uma relação inquietante com a família e a sociedade americana do norte.

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