domingo, 18 de novembro de 2007

Desde o surgimento da Aids, o mundo continua cultuando os mesmo mitos a respeito da doença

De acordo com pesquisa realizada pelo MAC Aids Fund, o braço filantrópico da empresa de cosméticos MAC, pertencente ao grupo Estée Lauder, no Brasil 73% das pessoas acreditam que um dos problemas que contribuem para a disseminação do HIV é a dificuldade das mulheres em discutir sexo seguro com seus parceiros, apesar de estar provado que o uso de preservativos é eficiente na prevenção da doença.

A mesma pesquisa, que ouviu cerca de 500 pessoas nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha, na França, na Rússia, na China, na Índia, na África do Sul e no México, chegou à conclusão de que 40% dos entrevistados não consideram a Aids fatal.

Segundo os pesquisadores, muitos dos entrevistados acreditam que a Aids tem cura. Esse percentual chegou a 59% na Índia. A pesquisa foi publicada semana passada no site da BBC Brasil. Na opinião de Nancy Mahon, diretora executiva da MAC Aids Fund, a população mundial ainda vive os mesmos estigmas sociais de 25 anos atrás, que limitam o progresso na luta conta a doença.

Para ela, desde o surgimento do contágio do HIV em humanos, “é chocante perceber que muitas pessoas ainda não se deram conta da realidade inegável de que o HIV/Aids permanece uma das principais causas de morte globais", disse.

Verdades e mentiras

A pesquisa constatou que ainda é muito forte a presença de alguns mitos a respeito da doença que é sexualmente transmissível. No levantamento feito pela fundação, cerca de metade das pessoas entrevistada acredita que a maioria dos portadores do vírus HIV (causador da Aids) recebem tratamento. Isto é mentira. “Na verdade, no ano passado apenas uma em cada cinco pessoas que necessitava de tratamento teve acesso”, esclareceu a diretora-executiva do MAC Aids Fund..

O preconceito contra os portadores do HIV ainda está muito presente. Nos nove países pesquisados, a maioria dos entrevistados disse não se sentir à vontade em interagir com portadores do HIV. A pesquisa revelou ainda que apesar do preconceito, a maioria das pessoas acredita que todos os segmentos da população correm risco de contrair o HIV e três em cada cinco entrevistados reconheceram que pessoas "responsáveis" também estão sujeitas a contrair o vírus.

Segundo ainda a pesquisa, 85% das pessoas acreditam que o estigma e a vergonha são fatores que contribuem para a propagação do vírus HIV, e 76% disseram que a falta de acesso a tratamento também é um problema.

A Aids no Brasil

A pesquisa revelou que os entrevistados no Brasil acreditam que o avanço da doença nas mulheres está relacionada a dificuldade que elas têm de discutir com seus companheiros o uso do preservativo. Este fator, na opinião dos entrevistados, é o mais importante de todos os problemas que contribuem para a disseminação do vírus.

No entanto, segundo Mahon, os resultados dessa nova pesquisa podem ajudar a melhorar as políticas de combate, prevenção e tratamento da Aids. A empresa chegou a reunir um grupo de especialistas em Nova York para discutir os resultados da pesquisa.

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